domingo, 27 de julho de 2008

No DN de 24/07/2008


JANUS

Maria José Nogueira Pinto
Jurista
"Temos tanta informação mas não sabemos a verdade!" Esta exclamação de García Márquez, no seu último livro, fez-me lembrar a conversa que tive com Maluda sobre o deus Janus.Janus é um deus com duas cabeças. Uma representa o interior e outra o exterior. O interior é a segurança, a relação familiar com as pessoas e as coisas, o conhecimento certo dos espaços e das distâncias, o equilíbrio. Mas pode transformar-se num isolamento estéril e autista, por falta de referência, relação e alimento. O exterior é o desconhecido, o imprevisível, por vezes o hostil, mas é a vocação da vida e o caminho da percepção do real e, em muitos casos, de uma profícua vida interior. Ao fim e ao cabo, Janus, com a sua bicefalia, expressa a antiquíssima questão das partes e do relacionamento entre o mundo interior e o mundo exterior. Em termos arquitectónicos, a janela (palavra cuja raiz é janus) traduz esta ambivalência com que todos nós nascemos, vivemos e morremos. O vidro não permite apenas a entrada da luz mas a visão simultânea de ambas as realidades. A Humanidade teve sempre conflitos, vencedores e vencidos, fracos e fortes, bons e maus, governantes e governados, formas de organização das diferenças e modelos sociais e económicos. Quase nada é novo porque a matriz é sempre a mesma. Excepto o facto de o homem, ao evoluir para formas técnicas de comunicação simultaneamente mais acessíveis e mais complexas, poder ter aberto uma caixa de Pandora.Segundo um estudo recente, mais de metade dos portugueses consomem o seu tempo livre em frente da televisão. Significa que a televisão constitui o meio, por excelência, do entretenimento, da informação e da percepção do mundo. Em suma, a principal "janela" de mais de metade dos portugueses. Não é por acaso que hoje se fala no Homo videns como o novo Homem, aquele que vive da absorção das imagens, transformado numa conduta passiva por onde passa, constantemente, um imenso caudal de informação que ele é incapaz de assimilar.Um Homo pior? Não necessariamente. Ainda não estão avaliadas as consequências da substituição da leitura, da conversa, da observação directa do que nos rodeia pela imagem. Para mim a diferença é abissal e senti-o recentemente quando vi o filme Atonement, inspirado no romance homónimo de Ian McEwan, e a seguir li o livro. Foi só e mais nada a diferença entre um bom filme e um romance avassalador!Na esfera do Público, entendida como o espaço tradicional da Opinião Pública, são já inúmeros os estudos sobre as consequências de um domínio crescente dos meios de comunicação sobre esse espaço.Karl Popper, por exemplo, perante a força destes instrumentos mediáticos em sociedades que se assumem como manipuláveis, afirmava que a televisão tinha substituído a voz de Deus. Eu diria que, sobretudo, substituiu a vox populi, ao modelar o nosso espaço comum, moral e cultural, de forma entrópica. Mas, se às televisões é dado o poder de fazerem hoje a agenda ou ordem de trabalhos dos acontecimentos, dos sentimentos e dos valores, é justo procurar outras causas. Em Portugal, a classe política foi a primeira a iniciar uma relação assente numa videodependência assustadora. Grande parte dos políticos convenceu--se de que só existe se a sua imagem e a sua palavra forem difundidas pelos media. Depois veio a Justiça, e o seu sistema judicial, a reboque das exigências do tempo mediático. Os casos judiciais começaram a "vender" mediaticamente a partir de processos como o da Casa Pia e viram-se as nefastas consequências. Recentemente, um sector por vocação cauteloso e sigiloso optou por tratar a sua crise interna mediaticamente - falo do BCP - abrindo um precedente terrível.Tudo isto reforça a exclamação de García Márquez: temos hoje tanta informação, mais do que alguma vez pensámos ser possível e, contudo, quase nunca sabemos a verdade.Porque como diz Rushdie, quando a imagem e a ilusão se tornam as bases da política, percebemos que quase todos são idólatras e já não existem muitos iconoclastas."

Húmor para dentro : "Oh Joãooooooooooo! Olha que o assunto do partido em Óbidos é muito sério e não se pode fazer húmor com ele."


segunda-feira, 21 de julho de 2008

http://cdsppobidos.blogspot.com/




10 000 Pages Views


Em menos tempo, mais do que duplicou em "Pages Views"
o blogue oficial do CDS PP em Óbidos, por isso Paulo, tira as conclusões que quiseres.

Saudações Democratas Cristãs
a todos os Obidenses e a todos amigos que nos visitam.
Carlos A. Collaço Pinto Machado

terça-feira, 15 de julho de 2008

Húmor : Já é dose a mais de "Chico Batata"

OH PAULO, PLEASE! JÁ BASTA DE CHICO BATATA
EM ÓBIDOS P.F.

domingo, 13 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

No DN de hoje

O ESTADO DA NAÇÃO
Maria José Nogueira Pinto
Jurista

É assim que se designa o último grande debate parlamentar antes de deputados e governantes irem a "ares". Uma designação promissora que - aprendi-o quando fui deputada e líder parlamentar - não corresponde às expectativas.É apenas um nome pomposo para um debate igual a todos os outros, com o Governo a dizer que governa e a oposição a falar de desgoverno. Mas a um ano das eleições, com o País arrastado por uma tripla crise global, integrado numa União Europeia à deriva, revelando definitivamente as suas debilidades endógenas, sem arcaboiço nem defesas próprias, este debate podia e devia ir mais fundo.O Governo de Sócrates iniciou uma série de medidas reformistas necessárias e oportunas. Em dado momento, porém, desmobilizou-se, confundiu-se, hesitou e arrepiou caminho. Ora, não existe nada pior que meias reformas. Se na primeira fase o primeiro-ministro usou de arrogância na imposição das suas certezas absolutas sobre Portugal e os portugueses, a seguir teve medo da rua, da organicidade das vozes discordantes, dos sinais públicos do descontentamento e da sua massificação. De cada vez que se sentiu ameaçado deu um salto à televisão para debitar o seu cativante monólogo. Uma receita que começa a não surtir efeito...Mas também é verdade que, até agora, as oposições parecem não se ter dado ao trabalho de monitorizar este zelo reformista.Nem sei se se deram conta do momento exacto em que, entrando em profunda contradição, Sócrates deu o golpe de misericórdia na reforma da Saúde; ou de como a tão propalada reforma da administração pública estagnou para morrer na montra do Simplex; ou por que razões mil medidas na Educação não mudam substantiva e qualitativamente o facto de o sistema não educar nem preparar, geração após geração; ou de como as políticas públicas de combate à pobreza e à exclusão se mantiveram, ao longo destes três anos, na linha de uma desastrosa solidariedade do silêncio e da dependência; ou de como a Justiça, estando fortemente doente, decerto não se curaria apenas com mais um pacote legislativo.Bastava um olhar pelos indicadores de 2007 para se perceber que a classe média, entre o aumento do desemprego, a queda dos salários, os aumentos da taxa de juros e os níveis de endividamento das famílias estava pronta para ir por água abaixo ao primeiro abanão. Acaso não sabemos, todos, que nem sequer dependem de nós muitos dos pressupostos em que assentava a previsão do nosso crescimento económico?Neste debate, o Governo apresenta-se com uma mão-cheia de nada. É provável que cometa o erro de a enluvar numa pelica fina de sobranceria zombeteira e de cair na tentação de disparar, em sua defesa, uma catadupa de medidas avulsas, entre IVA, IRS e IMI, mais uns pós de subsídios, como cordas esfiapadas lançadas a quem se afoga. Podia antes, mas julgo que não será capaz, adiantar-se a este pingue- -pongue inglório e apresentar já as opções políticas que a elaboração do Orçamento de 2009 exigirá. Percebe-se que nesta curva descendente em que tudo se tornou questionável, até aquele pequeno tributo à vaidade que foi o "Tratado de Lisboa", o discurso da modernidade seja mais apetecível que o discurso de salvação nacional. O primeiro só requer uma película de verniz brilhante e a miríade das grandes obras públicas que funcionam como uma aspirina para disfarçar uma febre infecciosa. O segundo punha tudo em questão...Quer se veja a Nação como um grupo de homens unidos por um vínculo natural e, portanto, existente ab immemorabili, constituindo-se como base necessária para a organização do poder político, ou como a "vonta- de de viver juntos", o certo é que seria essencial saber da sua saúde, do seu estado anímico, dos seus medos e das suas expectativas. Levar para o Parlamento, neste debate, o "plebiscito de todos os dias" pode também ser a derradeira oportunidade para o tirar da rua. Porque à falta de foro mais eficaz será na rua que o desencanto, primeiro, e o desespero, depois, levantarão as suas barricadas.

domingo, 6 de julho de 2008

Segundo noticia do Oeste Online

" Óbidos tem a segunda melhor revista municipal do País. A votação aconteceu no dia 29 de Junho, em Castro Marim, no âmbito do XIX Encontro de Comunicação Autárquica, organizado pela Associação dos Técnicos Administrativos Municipais – ATAM.Estavam a concurso cerca de 80 publicações de diversos municípios de Portugal e Regiões Autónomas da Madeira e Açores, tendo Castro Marim, depois da votação de todos os técnicos presentes no Encontro, conseguido o primeiro lugar, Óbidos o segundo e Torres Vedras a terceira posição.A Revista Informativa de Óbidos já conquistou, por duas vezes, em 2005 e 2006, o prémio de melhor revista municipal do País, tendo, em 2003, conseguido um terceiro lugar.A RIO é editada desde Junho de 2002, sendo um veículo de informação privilegiado do município junto das populações."

Só com húmor...

"A BARRAQUITA DO CHICO BT & ZÉ DO PS"


" Agradece-se a atitude generosa e muí democrática da CMO, por ter disponibilizado um local de atendimento público à oposição Obidense.
Este espaço será partilhado conjuntamente pelo Senhor Vereador do PS e pelo nosso "ilustre e respeitável" Delegado FBT. Esta partilha respeita a proximidade politica dos dois cavalheiros.
(Fora da cerca do Castelo, respeitando assim as disposições legais estabelecidas pelo IPPAR/IGESPAR)."