quarta-feira, 16 de maio de 2007

Sócrates põe os interesses partidários á frente do governo de Portugal


Governo:
Paulo Portas acusa Sócrates de sobrepor partido ao país

O líder do CDS-PP acusou hoje o primeiro-ministro de sobrepor "a agenda do partido à agenda e às prioridades de Portugal", ao indicar o ministro da Administração Interna, António Costa, como candidato socialista à Câmara Municipal de Lisboa.
O líder do CDS-PP acusou hoje o primeiro-ministro de sobrepor "a agenda do partido à agenda e às prioridades de Portugal", ao indicar o ministro da Administração Interna, António Costa, como candidato socialista à Câmara Municipal de Lisboa.
"O primeiro-ministro fez hoje uma remodelação do Governo por razões estritamente partidárias", acusou Paulo Portas, em conferência de imprensa na sede do partido.
O líder do CDS salientou que, no último ano, "o primeiro-ministro podia e devia ter mudado alguns ministros", dando como exemplos as pastas da Economia, Saúde, Ambiente, Cultura, Agricultura.
"Durante um ano, o primeiro-ministro, teimosamente, deixou alastrar incompetência e conflitualidade e os casos nestes sectores. Agora, por causa, de umas eleições, por mero interesse partidário, remodela um ministro de Estado", criticou.
Para Paulo Portas, esta atitude do primeiro-ministro só tem uma conclusão.
"O engenheiro José Sócrates tem dificuldade em ouvir o país e mesmo em ver a realidade. Mas é lesto a sobrepor a agenda do partido à agenda de Portugal", frisou.
O líder do CDS-PP apontou vários factores de preocupação com a saída de António Costa do Governo.
Em primeiro lugar, Portas lembrou que Costa tem a tutela directa sobre o combate aos fogos florestais.
"O ministro abandona o Governo precisamente no momento em que começa o período mais difícil para Portugal deste flagelo (...) O primeiro-ministro lá saberá se é boa ideia mudar este ministro, neste momento, e apenas por razões partidárias", afirmou.
Por outro lado, Portas recordou que está em curso uma reforma das Forças de Segurança.
"Prometem-nos uma reforma profunda das polícias e, a meio, o autor da reforma vai-se embora", criticou, considerando que esta saída não é "o melhor exemplo de sentido de Estado".
O líder do CDS lembrou ainda que Portugal vai assumir a presidência da União Europeia a 01 de Julho.
"A remodelação toca o número dois do Governo (...) O primeiro-ministro lá saberá se é boa ideia fazer esta mudança neste contexto", afirmou Portas.
"Resolver problemas do partido é legítimo, dar continuidade e prestígio ao Estado português parece-nos mais importante", acrescentou.
António Costa, ministro de Estado e da Administração Interna, será o cabeça de lista do PS para concorrer à presidência da Câmara de Lisboa, o que implicará uma 'mini-remodelação' governamental.
Nesta remodelação, além da entrada de Rui Pereira para tutelar a pasta da Administração Interna, é criada uma nova secretaria de Estado da Modernização Administrativa, que será liderada por Maria Manuel Leitão Marques.
Paulo Portas escusou-se a comentar o nome do sucessor de Rui Pereira para a pasta da Administração Interna, considerando que "ao entrar ao serviço todos os ministros beneficiam do chamado estado de graça".
"Não vou fazer comentários desagradáveis", disse.
Questionado sobre o candidato do CDS-PP à Câmara Municipal de Lisboa, Portas garantiu que, sobre esse tem, o partido "falará uma só vez", escusando-se a revelar quando.
"O CDS falará quando entender. Temos um Congresso no fim-de-semana: até lá ou se calhar lá ficarão a saber", garantiu.
Com a marcação das eleições intercalares em Lisboa para 1 de Julho, o prazo para a entrega das listas termina na próxima segunda-feira.
Lusa

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