domingo, 22 de julho de 2007

No Jornal Público :

Presidente do Conselho Nacional reconhece “momento difícil” do partido
Conselho Nacional do CDS-PP
começa dividido
21.07.2007 - 18h28 Margarida Gomes

O Conselho Nacional do CDS-PP começou a meio da tarde de hoje com o vice-presidente do partido, Nobre Guedes, a dizer que Paulo Portas não convocou a reunião para discutir as eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, que para o CDS se saldaram num exíguo resultado, perdendo o único vereador no executivo.
“Não é essa a razão fundamental que nos leva a estar aqui e a razão pela qual o presidente do partido convocou este Conselho Nacional [CN]. Verão que não há relação directa [entre esta reunião] e as eleições em Lisboa, não é nenhuma justificação para o resultado, nada disso”, afirmou Nobre Guedes aos jornalistas, reafirmando que “são outras questões institucionais que se prendem com a forma e as condições de fazer política e de ser oposição em Portugal”.O presidente do CN, Pires de Lima, tem outro entendimento e reconhece que o partido “vive um momento difícil” e que “as razões de Lisboa são suficientes para justiçar uma reflexão profunda”. “A minha função é dar voz a todos os conselheiros e que o CN decorra com tranquilidade e serenidade”, declarou. É caso para dizer que este Conselho Nacional começa em tom de desencontro. Pires de Lima diz que este é o momento para debater a derrota dos democratas-cristãos em Lisboa, Nobre Guedes nem por isso...Mas Pires de Lima não está só. O recém-eleito presidente da Juventude Popular, Pedro Moutinho, pensa da mesma maneira e não vê razões para que o partido não discuta a derrota que o partido registou em Lisboa. Momentos antes de entrar na reunião, Pedro Moutinho disse ao PÚBLICO que o partido não pode ignorar o que se passou e desafiou mesmo a direcção a reflectir sobre o fenómeno das candidaturas independentes.Demissão de Portas fora de questão“Temos que reconhecer que houve um problema com estas eleições e temos de o debater. O CDS tem de aprender com os erros”, declarou o líder da Juventude Popular. Considera, contudo, que a direcção do partido tem também de encontrar uma resposta política para responder aos “ataques de idoneidade do presidente do partido e de outros dirigentes do CDS”, numa alusão às notícias relativas aos casos Portucale e da aquisição dos submarinos.Logo à entrada, Martim Borges de Freitas, antigo secretário-geral de Ribeiro e Castro, afastou o cenário de demissão do líder do partido e, com uma ponta de ironia, disse: “É muito difícil estar a pedir a demissão do dr. Paulo Portas quando existe 70 por cento do aparelho do partido que prefere ter três por cento numa eleições autárquicas.”Mas Martim deixou no ar a ideia de que não deixaria de confrontar a direcção com as suas responsabilidades. “Se tivéssemos sido nós na direcção do partido a obter estes resultados em Lisboa teria caído o Carmo e a Trindade. O problema do partido é que hoje está confrontado com uma situação de saber que se tivéssemos sido nós a conduzir o processo das eleições em Lisboa nesta altura teríamos tido um resultado melhor, como toda a gente percebe.”Sem Telmo Correia entre os conselheiros, é ainda cedo para se dizer quem é que tem razão, se Pires de Lima ou Nobre Guedes.

Nenhum comentário: