segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Notícias >> Referendo aborto: mágoa, serenidade, determinação

O presidente do CDS-PP manifestou hoje a "mágoa , serenidade e determinação" do partido face à vitória do "Sim" no referendo a o aborto, e prometeu a oposição dos democratas-cristãos às "leis de liberalização" da interrupção voluntária da gravidez.
Ribeiro e Castro, o primeiro líder partidário a reagir às projecções que dão a vitória ao "Sim", garantiu que o CDS-PP, o único partido parlamentar que defendeu o "Não", votará "contra as leis para a liberalização do aborto" e lutará pela sua alteração.
"Renovo o nosso compromisso, como partido, pelo direito à vida e à saúde",
disse o líder do partido, que falava na sede do CDS-PP, no Largo do Caldas, em Lisboa.
Questionado se admite a realização de um novo referendo sobre esta matéria no futuro, no caso do CDS-PP chegar ao Governo, Ribeiro e Castro respondeu afirmativamente.
"Sim, não é só a esquerda que faz referendos no dia seguinte", afirmou, salientando que, ao contrário da legislação até agora em vigor, "a nova lei jamais gerará consenso na sociedade portuguesa".
O líder do CDS garantiu que o partido irá "examinar com todo o rigor e cuidado" o conteúdo e a constitucionalidade das leis e regulamentos da nova legislação sobre aborto.
Ribeiro e Castro responsabilizou pessoalmente o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, por esta mudança na lei, que classificou como "uma das páginas mais tristes da história portuguesa".
"A baixa participação no referendo confirmou que este não era um tema querido dos portugueses, nem constituía qualquer tipo de prioridade social ou nacional que merecesse ser atendido", defendeu.
No entanto, apesar de o referendo não dever ser juridicamente vinculativo, o líder do CDS escusou a pronunciar-se sobre qual deve ser a atitude da Assembleia da República.
"Votaremos contra pelas nossas convicções. O que se passará passar-se-á por vontade da maioria socialista", disse, adiantando que o CDS não irá apresentar quaisquer propostas de alteração ao diploma.
Ribeiro e Castro recusou que este resultado possa ser uma derrota pessoal, apesar de ter sido o único líder partidário com posição oficial pelo "não".
"Não [é uma derrota pessoal]. Tenho muito orgulho em ter liderado o CDS nesta afirmação de valores que são para nós fundamentais e que fazem parte da matriz identitária do partido e continuará a fazer",
garantiu.
Questionado sobre as diferenças entre este referendo e a consulta popular de 1998, onde o "não" venceu, Ribeiro e Castro apontou a mudança de posição de PS e PSD.
"É notório que houve dois partidos que alteraram significativamente a sua actuação", afirmou Ribeiro e Castro, referindo-se a PS e PSD.
No entanto, o líder do CDS escusou-se a criticar o posicionamento do PSD, que não teve posição oficial, considerando que "cabe aos militantes" sociais-democratas fazer essa avaliação.
Notícia LUSA
Ler na íntegra:
Declaração do presidente do CDS-PP
Ver: Ribeiro e Castro (imagens SIC)
Ler e ouvir:
TSF e RR
Ouvir: Ribeiro e Castro (som TSF); Ribeiro e Castro (som RR)

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