quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

SÓCRATES RECONHECE O ERRO


O primeiro-ministro, José Sócrates, reconheceu hoje que "foi um erro" o questionário realizado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) em Dezembro a mais de 100.000 alunos e que abordava aspectos da vida sexual dos seus pais.


"O inquérito, no meu ponto de vista, é um inquérito que não faz sentido (...) Foi um erro e temos de corrigir esse erro para que não se repita no futuro", afirmou José Sócrates, no debate mensal na Assembleia da República, sublinha ndo que o Ministério da Saúde já abriu um processo de averiguação interna.


A questão foi introduzida no debate pelo vice-presidente da bancada do CDS-PP, Mota Soares, que considerou que este questionário "viola o dever de reserva da vida privada" consagrado na Constituição.


Apesar da resposta do primeiro-ministro, fonte do grupo parlamentar democrata-cristão disse à Lusa que o CDS-PP vai entregar hoje um requerimento no Parlamento a pedir a audição dos ministros da Saúde e da Educação sobre este assunto.


Apesar de não ter aprofundado o tema, Mota Soares não passou ao lado do assunto que tem marcado o debate mensal: as propostas anti-corrupção do deputado socialista João Cravinho.


"Não vou falar sobre corrupção porque estranhamos tanto a colagem do PSD às propostas do engenheiro João Cravinho como estranhamos a colagem do PS a Maria José Morgado", afirmou Mota Soares, numa alusão à referência elogiosa de José Sócrates à escolha pelo Procurador-Geral da República desta magistrada para coordenar as investigações no processo "Apito Dourado".


Mota Soares acusou ainda o Governo de "inacção" em matéria de alterações à lei do segredo de justiça e criticou uma alteração recente ao imposto de selo.


De acordo com o CDS, essa mudança obrigaria a que todas as doações tivessem de ser declaradas, dando como exemplos de doações "uma mesada de 500 euros de um pai para um filho que estuda fora de casa" ou "um marido que todos os meses transfere para a sua mulher 200 euros para pagar as contas da casa".


Na resposta, o primeiro-ministro lamentou que os temas trazidos pelo CDS aos debates mensais se baseiem "sempre nos jornais da véspera" e aconselhou Mota Soares a "ler mais atentamente" as notícias.


"Não existem doações entre pais e filhos nem entre cônjuges, apenas na sua fantasia", disse, sublinhando que o ministro das Finanças já desmentiu uma notícia sobre este assunto.


Notícia: Lusa

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